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“Os jogadores não se devem deixar enganar”

“Os jogadores não se devem deixar enganar”

2017-03-06

Pedro Pauleta e o fenómeno da viciação de resultados no futebol.

O Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF), em parceria com a Federação Portuguesa de Futebol (FPF), apresentou em outubro de 2016 o projeto “Anti Match-Fixing – Deixa-te de Joguinhos”, que visa combater a viciação de resultados no futebol.

O ex-jogador e diretor da FPF, Pedro Pauleta, é o embaixador do projeto, que tem como objetivo alertar os jogadores para os perigos associados ao match-fixing.

Em entrevista à JOGADORES, publicação oficial do SJPF, Pauleta fala-nos sobre o projeto e revela o que os futebolistas devem fazer quando confrontados com este fenómeno.

O que o levou a aceitar o convite para ser embaixador desta iniciativa?
A minha carreira foi sempre guiada pelos valores da verdade, da honestidade e da integridade. Como antigo futebolista, e como diretor da Federação Portuguesa de Futebol, não podia deixar de me associar a uma iniciativa que visa proteger o futebol, combatendo um flagelo que está a destruir este desporto um pouco por todo o mundo.

Enquanto jogador foi confrontado com alguma situação de match-fixing?
Felizmente, nunca vivi uma situação dessas nas equipas por que passei. Nem soube de casos de batota envolvendo colegas de equipas. Vivi sempre um futebol bonito. Sabia que ao entrar em campo, qualquer equipa podia ganhar ou perder nos 90 minutos. E, obviamente, dava tudo para ser a minha a ganhar.

O que devem fazer os jogadores quando confrontados com este fenómeno?
Há três regras que devem ter em mente nestes casos. Primeiro, o jogador deve reconhecer: não se deve deixar enganar por presentes ou ofertas. Depois, deve rejeitar: quando abordado para manipular um jogo ou um resultado deve dizer logo que não. Por fim, deve denunciar: o jogador que tome conhecimento de uma situação deste tipo deve denunciar às autoridades competentes.

Acredita que com este projeto os casos de match-fixing vão diminuir?
Acredito, sem dúvida. Porque este projeto está sustentado em dois fatores considerados de suma importância. Um é a cooperação entre instituições, designadamente entre a FPF, o Sindicato, a empresa de monotorização de jogos e apostas e as forças policiais portuguesas. O outro é a educação, a formação e a sensibilização dos agentes do futebol para os valores da verdade e da integridade.

Foto: André Sanano/FPF.