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 “Apostar não é para ti. O teu jogo é no campo”

“Apostar não é para ti. O teu jogo é no campo”

2018-03-22

Sindicato, FPF e Liga lançam campanha nacional de sensibilização ao combate do Match-Fixing.

O Sindicato dos Jogadores, a Federação Portuguesa de Futebol e a Liga Portugal uniram-se na defesa da Integridade das Competições e lançaram uma campanha de sensibilização nacional para combater o crime de Match-Fixing.

O timing de lançamento desta campanha não foi ao acaso. "Esta ação de sensibilização é um instrumento importante para passar a mensagem de tolerância zero ao match-fixing, querendo o Sindicato reforçar junto dos jogadores as graves consequências que o envolvimento neste fenómeno representa para a sua vida pessoal e profissional. Queremos que todos saibam como agir para se protegerem a si, aos colegas de equipa e à modalidade", afirma João Oliveira, responsável pelo Gabinete Jurídico do Sindicato dos Jogadores e especialista na matéria do combate à viciação de resultados.

Em declarações à FPF360, Rute Soares, Integrity Officer FPF/UEFA, lembrou que no momento em que o campeonato começa a ficar mais ou menos determinado para um certo número de clubes, a possibilidade de incidência de Match-Fixing aumenta: “não é propriamente o perder ou o ganhar, é o conseguir um determinado resultado em determinada parte do jogo. Pode ser só o número de golos que se precisa para ganhar ou a diferença de golos em determinado momento ou no final de um jogo.”

À Liga caberá divulgar e entregar cartazes e flyers a todos os clubes das competições profissionais – Primeira e Segunda Liga -, ao Sindicato chegar a todos os clubes com quem se relacionam regularmente e à FPF divulgar a todos os clubes das competições não profissionais seniores.

A campanha “Apostar não é para ti. O teu jogo é no campo” pretende passar duas ideias-chave. A principal é que é proibido ao jogador apostar - em Portugal é crime qualquer interveniente direto apostar na sua própria competição. A segunda é evidenciar quais são as três penas de prisão aplicáveis no caso da incidência no crime: “Se apostares, podes ser condenado a uma pena de prisão até 3 anos; se pedires a alguém que manipule um jogo, podes ser condenado a uma pena de prisão superior a 7 anos; se falseares um jogo, podes ser condenado a uma pena de prisão superior a 10 anos”, lê-se no verso do panfleto.

O lançamento desta campanha marca a conclusão dos compromissos assumidos de um dos grandes pilares de atuação do Presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes, que é a defesa da Integridade das Competições. Um fenómeno à escala global e que atualmente corrói e denigre o futebol em todo o mundo.

No âmbito do plano de ação foram levadas a cabo várias iniciativas, entre elas: (i) a aprovação pela Assembleia da República de alterações à Lei da Corrupção Desportiva que atualmente a equipara à corrupção no setor público – a sua entrada em vigor fez com que Portugal deixasse de ser um terreno fértil para a prática deste tipo de atividade; (ii) a criação de um canal de denúncia para casos de match fixing acessível através dos sites da FPF, do Sindicato e da Liga; (iii) ações de formação que alcançaram cerca de 3000 agentes desportivos, incluindo jogadores, árbitros, treinadores e dirigentes; (iv) realização e participação em fóruns de relevância nacional e internacional sobre estas temáticas, designadamente o Football Talks e o seminário destinado a Integrity Officers que decorreu na Cidade do Futebol.